domingo, 30 de abril de 2006

Viva a Natureza!

Os valores mudaram, e isso já é fato. A palha do côco seco cearense reveste o banco do carro alemão. A miss universo não tem mais cara de barbie. A taipa rústica do camponês de Marrocos reveste a parede de um luxuoso hotel em New York. E assim, ao elaborarmos nossos espaços quebramos finalmente as barreiras do tempo e os limites da distância, onde os materiais se misturam e as culturas se fundem. 

Globalizando as tendências na composição dos ambientes, ficam evidenciados os elementos universais como a natureza e a tecnologia; e hoje são elas que ditam moda no mundo inteiro.

Não pensem que estamos falando de uma onda retrô. Esqueça a idéia de moda e tecnologia dos anos 60, onde o mundo era embalado pela euforia da corrida espacial e dos movimentos hippies. Hoje já amadurecemos e filtramos toda essa pscicoldelia. O artificial já não nos agrada tanto e aquelas soluções pops com sabor de arco-íris vão sendo trocadas por um estilo de vida mais simples e natural.

Os tons pastéis se misturam com os cítricos, os revestimentos amadeirados retratam o mais fielmente possível a textura das árvores, ressaltando fibras e seivas, os tecidos usados em cortinas e estofados também buscam essa atmosfera rústica, e essa busca pela reprodução fiel dos materiais se torna ainda mais clara nas novas linhas em inox dos eletrodomésticos, onde se evidencia a força do metal. E é dessa transparência e simplicidade que precisamos para contrapor tantos avanços e novidades.

A Coca-Cola lança uma coleção de roupas e assessórios. A Pirelli, marca mundial de pneus também lança uma grife, a Pzero, de sapatos e relógios. O studio Pinifarina, famoso design de carros como Porshe e Ferrari, está projetando cozinhas conceituais e até apartamentos inteiros. Com esta incrível velocidade, o homem se cerca de toda tecnologia possível para ganhar mais tempo no seu dia-a - dia. Mas, por incrível que pareça, ele usa esse tempo extra para trabalhar ainda mais e mais, pagando o preço do exagero com a sua própria saúde e ainda não bastasse, desequilibrando todo o planeta. Esse erro já foi percebido, e toda essa fusão nos campos de produção reflete a reciclagem não só de materiais, mas também de valores.

Termos que surgiram nos anos 90 como "ecologicamente correto", "responsabilidade social", dentre outros, deixaram de ser jargões de uma nova ética social para serem incorporados por todos como uma obrigação de mudar em prol do nosso próprio futuro. Percebemos essas mudanças não só em nossos espaços, mas em nossas vidas. Daí vem uma nova leitura de todo nosso planeta e de toda natureza que nos cerca, e dessa vez essa "moda" parece vir para ficar... então, Viva a natureza!

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